“A sociedade está vivendo um momento de crise emocional”. Foi com esta afirmação que o trainer em programação neurolinguística (PNL) e hipnólogo Willian Cardoso iniciou suas abordagens nas palestras promovidas pelo Sincovat e Aescon entre os dias 18 e 20 de janeiro nas cidades de Teutônia, Encantado e Lajeado e que tiveram como principal mote a inteligência emocional e a saúde física após a pandemia.
Segundo ele, essa crise já vinha sendo percebida em 2019, quando as pessoas começaram a se dar conta de que havia algo errado consigo mesmas. Mas por outro lado, aquele ano foi marcado por uma grande expectativa sobre 2020. No entanto, com o início da pandemia, houve uma distração generalizada sobre a vida de cada indivíduo, os quais passaram a ser intimidados por um agressor pouco conhecido. “De um cenário extremamente promissor, nós passamos para uma realidade totalmente diferente, com isolamento social e incertezas no trabalho”, relembrou Willian. E diante de tanta instabilidade, ele estima que talvez nunca na história as pessoas tenham sido tão exigidas, pois, além das regras que mudavam o tempo todo e da série de receios que surgiram, elas tiveram que lidar com um dos maiores medos da humanidade: o da morte.
Porém, possuímos instintivamente a capacidade de nos adaptarmos e encontramos na tecnologia os recursos ideais para manter as atividades em funcionamento, mesmo sem a conexão mais simples da vida, que é o olho no olho, o aperto de mãos e o abraço; sem perceber o quanto isso poderia impactar no cotidiano e no comportamento social. “Nunca tivemos uma sociedade tão conectada, mas também nunca tivemos tanta solidão”, alertou o profissional.
Paralelo a isso, houve o avanço das redes sociais, onde se encontrou uma forma de manter a socialização sem o contato pessoal. Mas o meio digital trouxe armadilhas para as emoções, estimulando a comparação entre os bastidores da vida de um indivíduo com o palco de outro, que nem sempre demonstra a verdade. A partir daí, as pessoas começaram a ficar tristes sem se dar conta do que estava acontecendo, e tal tristeza aumentou a angústia, ansiedade, insatisfação e, consequentemente, a quebra de inteligência emocional.
Willian observou que um dos reflexos disso é a crescente necessidade da gestão de conflitos e das pessoas, não só no ambiente profissional, mas também no pessoal. Os seres humanos, por natureza, desejam e precisam pertencer e ser aceitos nos grupos e, para isso, se comportam mais conforme os padrões da sociedade do que seus próprios valores. A consequência é a perda da resiliência, o que faz com muitos não consigam se adaptar às circunstâncias, concentrando mais energia nos problemas do que nas soluções. Para o trainer, as pessoas reclamam dos colegas, da empresa, do governo e do mundo como um todo porque é mais fácil criticar os outros do que enxergar suas próprias dificuldades. “O problema que te desafia é o mesmo que te dá valor. O mundo só muda quando eu mudo”, declarou.
Ao afirmar que nossas emoções podem ser aliadas, mas que também são carrascas, Willian destacou que o maior problema hoje é a perda do equilíbrio entre o corpo e a mente, o que tem como principais consequências o aumento de peso e o surgimento de alergias. Segundo ele, o segredo da inteligência emocional é a busca constante pela melhoria, que pode ser alcançada com o estabelecimento de metas, desde que elas sejam em pouca quantidade, que façam sentido e que sejam possíveis de serem atingidas. “Quando mudo meu pensamento, as coisas começam a acontecer”, resumiu.
Ele ainda atentou para o fato de que as pessoas precisam olhar e cuidar mais de si mesmas, instigando o público: “Faça o melhor! Você tem que chegar no fim do dia, se olhar no espelho e ter orgulho de si. Essa é a base da inteligência emocional: saber que hoje está melhor que ontem”. E finalizou: “O que está faltando para que você aproveite a plenitude da vida?”.