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Desafios da economia brasileira são destaques do Giro pelo Rio Grande de Lajeado

17.05.2023  |  219 visualizações

“Precisamos de políticas que entendemos ser saudáveis para a sociedade”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, na edição de Lajeado do painel Giro pelo Rio Grande. O evento ocorreu nesta terça-feira (16) em Lajeado, reunindo cerca de 300 pessoas no teatro do Colégio Evangélico Alberto Torres. O dirigente dividiu a mediação com o gerente de Relações Governamentais da Fecomércio-RS, Lucas Schifino, e eles debateram os rumos da economia brasileira com o cientista político Fernando Schüler e o consultor econômico Marcelo Portugal. A plateia participou com perguntas, demonstrando suas inquietações, dúvidas e conselhos para melhor condução dos negócios. “Nós vamos continuar atentos e vigilantes, cuidando para que as nossas propostas sejam mantidas no Congresso Nacional e que as proposições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sejam moderadas, não prejudicando a sociedade”, destacou Bohn. 

O presidente do Sindilojas Vale do Taquari, Giraldo Sandri, deu as boas-vindas afirmando a importância da iniciativa. “É fundamental que estejamos unidos em busca de soluções e propostas que impulsionem  o desenvolvimento econômico e social de nossa região e do país como um todo”. Sandri também agradeceu o prestígio de representantes de outras regiões do Estado, lideranças essas que atuam em vários sindicatos patronais do Rio Grande do Sul. 

Marcelo Portugal falou de questões estratégicas de curto e longo prazo. Para o momento atual, a preocupação recai sobre o projeto de lei do arcabouço fiscal, que no entendimento do economista não deveria avançar, sob pena de interferir negativamente nas finanças públicas do país. Mas considerando as últimas informações e avaliações, Portugal avalia que o projeto será aprovado. “E isso é algo que me deixa muito desconfortável, tanto com relação às contas públicas, como o futuro da inflação nos próximos anos”, considerou. No que se refere a medidas fundamentais de longo prazo, citou a necessária transformação de aumento da produtividade dos serviços públicos e uma reforma tributária que unifique os impostos sobre o consumo. O economista observou que o Brasil vem crescendo pouco nos últimos 30 anos e analisou as principais causas, observando o impacto negativo da Constituição de 1988 e a relevância de privatizações e outras medidas. “O que o Brasil precisa para melhorar é um choque de capitalismo”, sentenciou. Na sua opinião, a reforma tem que racionalizar os impostos, sendo fundamental incluir o ICMS, e principalmente não mudar o total da tributação. “Se vier com aumento, não vai funcionar. A gente já paga 33%, ou seja, temos uma carga de país desenvolvido e serviços públicos de subdesenvolvido”. 

A política, assim como outras áreas, vive uma revolução tecnológica, na visão de Fernando Schüler. Neste contexto, os indivíduos ganharam poder e as instituições perderam curadoria, afetando várias esferas. Listando os últimos governantes da Nação, caracterizou que o Brasil vive um zigue-zague de decisões e correntes com pensamentos contrários. Observou que o país saiu de superávit, com importantes avanços como o Teto, a reforma da Previdência, a Lei da Agências Reguladoras, a Lei das Estatais e a autonomia do Banco Central. Contudo, aponta a influência de posicionamentos distintos, recuos e contrarreformas, como é o caso do marco do saneamento, que abriu espaço para o investimento privado. “Quando se achava que esse assunto era página virada e os leilões aceleravam seu ritmo, o governo alterou as regras do jogo, permitindo novamente contratos sem concorrência com os municípios. Schuller ainda destacou que temos muitos problemas, enfatizando a disputa entre os poderes e, principalmente, a intervenção do judiciário, citando como exemplo a Lei das Estatais. 

A próxima edição do Giro pelo Rio Grande será no dia 27 de julho, em Caxias do Sul.

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